Início   Site   Contato

Início   Site   Contato

Blog - First Tech Tecnologia

Tap to Phone e Segurança

Tap to Phone e as certificações EMV: por onde começar?

Se você está começando a explorar o mundo Tap to Phone em busca de novas formas de aceitar pagamentos, é provável que também esteja de olho em ganhos concretos para o seu negócio. Reduzir custos operacionais, eliminar a dependência de terminais físicos, acelerar os processos de venda e oferecer uma experiência de pagamento mais fluida e moderna para seus clientes, são apenas alguns dos benefícios que essa tecnologia pode trazer. Entenda as certificações EMV para implementar Tap to Phone com segurança.

No entanto, para colher esses benefícios com segurança e conformidade, é essencial entender as certificações EMV envolvidas: L1, L2 e L3. é bem provável que as siglas L1, L2 e L3 ainda soem distantes, técnicas e um pouco intimidadoras. Não se preocupe, essa é uma dúvida comum de quem está entrando nesse universo.

Basicamente, estamos falando de transformar um smartphone comum, com tecnologia NFC, em um terminal de pagamento capaz de aceitar cartões por aproximação, carteiras digitais e wearables. Tudo isso sem precisar de uma maquininha física, e mais seguro que ela.

Mas, para que esse processo funcione de forma segura e seja aceito pelas bandeiras como Mastercard, Visa, e Elo, sua solução precisa passar por um conjunto de certificações internacionais que garantem segurança, interoperabilidade e confiabilidade. Essas etapas são conhecidas como EMV L1, L2 e L3.

O L1 (Level 1) verifica a camada física da comunicação NFC. Ele garante que o dispositivo é capaz de interagir com o cartão de forma consistente, respeitando distâncias físicas, tempos de resposta e padrões de transmissão definidos pela EMVCo. Um detalhe poucas vezes lembrado é que o cartão não possui bateria própria. Toda a energia necessária para alimentar o chip durante a transação vem do campo eletromagnético gerado pelo terminal. Por isso, o desempenho físico da antena NFC do dispositivo é fundamental para garantir uma leitura confiável, segura e dentro dos padrões internacionais. No contexto de Tap to Phone, nem sempre o L1 é obrigatório para todos os modelos de dispositivos (especialmente os chamados COTS, uma sigla para “Commercial Off-The-Shelf”, ou seja, dispositivos comerciais de prateleira, como smartphones e tablets vendidos ao consumidor final, que não foram projetados originalmente para funções de pagamento, mas que podem ser adaptados para isso com as devidas certificações e proteções), mas dependendo da bandeira e das exigências de cada mercado, essa certificação pode ser necessária.

O L2 (Level 2) trata do software chamado kernel EMV, que é o responsável por interpretar os dados do cartão e construir as informações da transação de forma padronizada. Durante essa interação, o terminal e o chip do cartão passam por várias etapas críticas de estabelecimento de confiança mútua, incluindo a troca de credenciais criptográficas, validação de certificados e verificação de autenticidade. Além disso, é o kernel que executa a codificação dos dados da transação, aplicando as regras de segurança definidas pelas bandeiras. Em algumas operações, pode haver também atualização de dados armazenados no chip, como contadores de transação ou status de aplicação. Tudo isso faz parte de um processo mais amplo de gestão e governança das credenciais de pagamento, com o objetivo de garantir que cada transação seja segura, rastreável e em conformidade com os padrões globais de pagamentos EMV. No caso do Tap to Phone, essa etapa geralmente já pode vir resolvida dentro de um SDK EMV L2. Mas é importante saber: o kernel precisa estar certificado. Usar um kernel L2 não certificado é abrir caminho para reprovações futuras.

Já o L3 (Level 3) é a etapa em que a solução como um todo é testada de ponta a ponta. O principal objetivo é assegurar que os dados sensíveis, como os criptogramas gerados pelo kernel EMV, cheguem ao adquirente e, posteriormente, às bandeiras com integridade total, obedecendo rigorosamente os padrões definidos pelas especificações EMV. Essa certificação valida não apenas a integridade e segurança dos dados criptográficos, mas também o correto funcionamento de todos os fluxos transacionais exigidos pelo ecossistema de pagamentos.

Cada funcionalidade — como vendas, cancelamentos, transações negadas e reversões — precisa ser implementada de forma precisa, com mensagens devidamente formatadas e respostas corretamente tratadas. O L3 é, na prática, o momento em que a solução demonstra sua maturidade técnica, comprovando que todas as camadas — aplicativo, SDK, backend e integração com o adquirente — operam de forma coesa, segura e aderente às regras de cada bandeira.

Aqui entra uma informação prática: o L3 não pode ser feito dentro de casa. Ele é conduzido por laboratórios especializados, homologados pelas próprias bandeiras. Cada bandeira realiza sua própria bateria de testes, de forma independente, com conjuntos específicos de casos de uso, critérios de validação e ferramentas de análise. Isso significa que, se a sua solução pretende aceitar múltiplas bandeiras, será necessário passar por um processo de certificação separado com cada uma delas.

Além disso, caso seu código da camada responsável pela integração L3 sofra alterações significativas, como uma mudança de versão major ou uma reescrita estrutural, novas certificações serão obrigatórias para garantir que a solução continua em conformidade com os padrões exigidos. São esses laboratórios que vão rodar os testes, validar os resultados e emitir os relatórios necessários para que a sua solução seja oficialmente liberada para operação comercial.

No contexto de uso de soluções Tap to Phone, vale também comentar que verificação estrutural do ambiente Android é uma etapa fundamental, mesmo que não faça parte formal do escopo das certificações EMV. Garantir que o dispositivo esteja íntegro, sem sinais de comprometimento como root, jailbreak, modificações de sistema ou presença de aplicativos maliciosos, é essencial para proteger a segurança da transação.

Durante a execução de uma venda, o ambiente Android precisa assegurar que os dados sensíveis, como as chaves criptográficas e os criptogramas de transação, não possam ser interceptados, manipulados ou extraídos por softwares de terceiros. Além disso, mecanismos de proteção devem impedir que o aplicativo de pagamento seja executado em ambientes de risco. Essa camada de proteção adicional atua como uma barreira crítica contra fraudes, interceptações e ataques que poderiam comprometer tanto a integridade da transação quanto a reputação da solução no mercado.

Para quem está começando agora, é importante entender que esse não é um caminho curto, nem barato.

O processo de certificação EMV, especialmente nas etapas de L2 e L3, exigem uma equipe de desenvolvimento altamente especializada, com domínio em criptografia, manipulação de chaves, segurança de dados e protocolos de comunicação com adquirentes e bandeiras. Cada etapa traz um conjunto de exigências técnicas que vão além da simples construção de um aplicativo. São necessários investimentos significativos em tempo, recursos humanos e infraestrutura de testes. O mesmo potencial da rápida ativação e disseminação do Tap to Phone em milhares de aparelhos móveis geograficamente distribuidos abre ótimas perspectivas para negócios, permitindo ampliar a capilaridade da aceitação de pagamentos de forma nunca antes viável com terminais físicos.

No entanto, essa expansão traz consigo um novo desafio estratégico: a necessidade de uma governança eficiente e de uma gestão operacional robusta sobre esse verdadeiro ‘arsenal’ de dispositivos habilitados. Não se trata apenas de ativar terminais em escala, mas de manter um controle rigoroso sobre quem está operando, onde, em que condições de segurança e com que níveis de desempenho.

Uma tecnologia que abre um campo valioso para inteligência

Os metadados gerados pelas transações Tap to Phone, permitem novas análises como uso geográfico, perfil de transações, horários de pico e padrões comportamentais das equipes de campo podem se transformar em insights poderosos para otimização de operações, roteirização de equipes, campanhas de vendas e gestão de risco. A capacidade de capturar, interpretar e utilizar essas informações será, cada vez mais, um diferencial competitivo para as empresas que decidirem adotar essa tecnologia.

Diante desse cenário, as empresas estão optando por uma abordagem mais estratégica: utilizar um SDK Tap to Phone já preparado para os desafios do L3, como o nosso SDK-TTP. Essa escolha permite que apps de negócio já existentes incorporem a captura de pagamentos EMV de forma mais rápida, segura e com muito menos atrito no processo de habilitação. Ao reduzir a necessidade de desenvolvimento do zero e trazer uma base técnica pré-validada, o SDK-TTP funciona como um verdadeiro atalho para quem quer habilitar pagamentos por aproximação sem abrir mão da segurança e da conformidade exigidas pelo mercado de pagamentos. O caminho mais eficiente costuma ser o uso de um SDK Tap to Phone já pronto e pré-validado, como o SDK-TTP da Fist Tech. Isso porque praticamente todas as complexidades de L2 e do L3 já estão previamente resolvidas. Significando a redução de um tempo de desenvolvimento de +12 meses para poucas semanas, maior controle do budget, menores riscos de falhas e um ‘time to market’ muito mais previsível.

Entrar no mundo Tap to Phone, é entrar num ecossistema altamente regulado, mas com muito potencial de negócio. Além dos ganhos com segurança e conformidade, uma solução Tap to Phone bem implementada tem impacto direto na eficiência operacional. Ela permite reduzir processos de negócios antes dependentes de terminais físicos, eliminando custos com aquisição, manutenção e logística de maquininhas. Além disso, acelera os fluxos de atendimento e pagamento, o que significa menos filas, menos tempo de espera e maior capacidade de processamento por agente de campo. Para empresas com equipes externas, como vendedores, entregadores ou técnicos de serviço, o Tap to Phone representa um verdadeiro empowerment operacional, ampliando a capacidade de geração de receitas por colaborador e criando uma experiência de pagamento mais ágil e moderna para o cliente final. Entender essas etapas de certificação desde o início é o primeiro passo para evitar surpresas e conseguir lançar sua solução de forma segura e escalável.

Você que deseja implementar o Tap to Phone em seu negócio, clique aqui e fale com nosso time.

Por Gustavo Slveira – CEO e Founder na First Tech Tecnologia
Publicado originalmente no LinkedIn